Equipe médica procurará famílias que não foram ouvidas nos hospitais.
Decisão foi tomada durante uma reunião com epidemiologistas nesta quarta.
Do G1 PE
Após o Ministério da Saúde decretar emergência em saúde pública, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) em Pernambuco resolveu intensificar as investigações quanto ao aumento no número de casos de microcefalia em Pernambuco. Além de continuar a coletar informações em prontuários dos hospitais, uma a equipe médica vai persistir e procurar, em casa, famílias que não foram ouvidas nas unidades de saúde.
A decisão foi tomada durante uma reunião com epidemiologistas, realizada na noite desta quinta-feira (12). "Ficou decidido que precisamos continuar a ida aos hospitais para coletar informações dos prontuários. Em alguns casos em que a gente não conseguir fazer a entrevista com a mãe no próprio hospital, vamos até as residências", esclareceu a diretora em vigilância epidemiológica da SES, Patrícia Ismael.
Para que os casos sejam notificados, a secretaria está levando em consideração, inicialmente, o perímetro cefálico dos recém-nascidos. “A Secretaria optou por ser mais sensível. Para que esses casos sejam conhecidos, a gente relacionou a questão da microcefalia ao perímetro cefálico de menos de 33 centímetros”, comunicou Patrícia.
MICROCEFALIA
Alta de casos no Nordeste preocupa
emergência
o que é
No entanto, é importante realizar também exames laboratoriais, tanto de sangue quanto de imagem, para definir melhor a doença. “Até o momento a gente não sabe a etimologia, por isso que é uma gama muito grande de exames para serem feitos”, completa a diretora.
Aumento dos casos
Pernambuco registrou, neste ano, 141 casos de bebês nascidos com microcefalia, uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. O número disparou em 2015 e o caso vem sendo investigado pela SES, em conjunto com o Ministério da Saúde e da Organização Pan-americana de Saúde, para entender o que causou o aumento. O número de ocorrências é mais de dez vezes maior que os 12 casos registrados em 2014.
O aumento significativo do número de casos fez o Ministério da Saúde decretar emergência em saúde pública na quarta-feira (11). O ministro da saúde, Marcelo Castro, afirmou que essa é uma situação inusitada. "Todas as hipóteses estão sendo avaliadas", disse o ministro em coletiva de imprensa. Os casos suspeitos de microcefalia se caracterizam por recém-nascidos que apresentam o perímetro da cabeça igual ou menor de 33 centímetros.
Possíveis causas
A microcefalia pode ter causas genéticas, passadas dos pais para a criança, quanto também por uso de drogas, álcool ou outros produtos tóxicos durante a gestação, além de possíveis infecções que atinjam o bebê durante a gestação.
A neuropediatra Ângela Rocha, coordenadora do setor pediátrico de Doenças Infeciosas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, explica que o aumento dos casos pode estar relacionado provavelmente a infecções nos quatro primeiros meses de gestação, quando o cérebro é formado.
"Alguma coisa aconteceu nesse ano e as causas infecciosas são sugestivas. Tem muitas situações que podem provocar microcefalia, como toxoplasmose, herpes, rubéola, zika, chikungunya, dengue. Fizemos o protocolo com a Secretaria de Saúde para fazer a investigação com segurança, estamos fazendo todos os exames, todas as sorologias para as patologias possíveis", detalha a neuropediatra.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco lançou um protocolo, que traz quais exames devem ser realizados no caso de bebês com suspeita de microcefalia, quais são os encaminhamentos e outras orientações. Os documentos podem ser consultados por mães e leigos, além de médicos, pela internet.
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